Mais adrenalina, menos gasolina!
Nascido e criado em Sampa, sou apaixonado pela Paulista e o sentimento que tomou conta de mim no último domingo ainda está sendo decifrado. Uma mistura de felicidade, alivio e esperança.
O mês de junho e a Avenida Paulista têm uma relação curiosa. Dois anos atrás, impulsionados pelo MPL (Movimento Passe Livre), lá estavam milhares de paulistanos em protesto contra o aumento da passagem do transporte coletivo e principalmente contra corrupção.
Em 2014 os Atos Contra Copa do Mundo tomaram conta do maior cartão postal de São Paulo. Depois disso, a avenida mais paulista de todas voltou a ser o palco para o desabafo do paulistano.
Reynaldo Berto
Em 2015 foi a vez das bicicletas. Após o Ministério Público pedir a paralisação das obras cicloviárias na cidade, milhares de ciclistas tomaram a avenida na maior bicicletada da história deste país. O grito “Vai ter ciclovia” ecoava da Consolação ao Paraíso, literalmente.
Nascido e criado em Sampa, sou apaixonado pela Paulista e o sentimento que tomou conta de mim no último domingo ainda está sendo decifrado. Uma mistura de felicidade, alivio e esperança. Ver a Avenida Paulista tomada pelas bikes, em celebração e não protesto, cheia de crianças e gente de todas as idades, caminhando, curtindo e aproveitando um espaço que diariamente é dominado pelos carros me fez chorar.
Esta ciclovia vai provar muita coisa. A demanda que realmente existe. A eficiência do transporte em bicicleta. Deve revelar também um pouco do olhar do ciclista para quem está preso dentro do carro. Despertar curiosidade e coragem para quem se sente refém do transporte público e do próprio automóvel. Acelerar a cobrança e execução para estruturas parecidas nos quatro cantos da cidade. E claro, trazer saúde, prazer e mais vida para a cidade que tanto amamos.