Atleta paraolimpico Rodrigo Madura fala sobre sua participação no Campeonato Brasileiro
O Atleta paraolimpico Rodrigo Maduro do Clube de ciclismo São José dos Campos conta um pouco sobre ele e sua experiência de participar do Campeonato Brasileiro de Paraciclismo.
O Atleta paraolimpico Rodrigo Maduro do Clube de ciclismo São José dos Campos conta um pouco sobre ele e sua experiência de participar do Campeonato Brasileiro de Paraciclismo.
Qual é sua lesão?
No momento do meu parto ocorreu uma PC (paralisia cerebral), decorrente da falta de oxigenação no cérebro. Isto gerou uma lesão que afetou uma parte do órgão, comprometendo o lado esquerdo do meu corpo. Como consequência, sofro com dificuldades motoras e possuo bem menos força nos membros do lado esquerdo.
Quando e como se tornou um atleta do ciclismo paraolimpico?
Eu sempre fui um apaixonado por bicicleta. Quando conheci as corridas de ciclismo na adolescência me apaixonei, mas não tinha condições de pagar as inscrições e outros custos. Contudo, meu sonho pode ser concretizado mais tarde. Já com 30 anos de idade, resolvi pedalar e fiz amigos que competiam. Estava sempre fazendo provas de categorias não paraolimpicas, quando em uma competição em santos uma senhora me perguntou por que não tentava o paraolimpico? Pensei muito a respeito e vi uma oportunidade de aumentar as possibilidades dentro do esporte. Em 2012, conheci o Tiago Gorgatti que me avaliou e me classificou como C5 (lesões membros leve) para competir no paulista paraolímpico, onde fui campeão da categoria.
Você tem participações não paraolimpicas?
Sim, em 2012 também tive uma excelênte participação na categoria universitários, onde fiquei na terceira colocação e pontuei em provas amadoras. Participei de provas importantes como Granfondo Brasil de Ciclismo, 9 de julho, GP Ayrton Senna, Copa Vo2 e outras.
Como foi participar pela primeira vez do Campeonato Brasileiro de Paraciclismo?
Para mim foi a melhor experiência em competições que tive em toda minha vida. Estava andando ao lado de atletas que adimiro e respeito muito pelo trabalho que fazem. Eles estão ali há anos, alguns já tem resultados importantes no currículo, como o Lauro Chaman. Eu estou voltando as competições este ano, depois de fechar 2012 como campeão paulista. Mas aqui o nível é muito mais alto e claro, a dedicação será maior também. Neste ano minha classificação funcional mudou de C5 para C4, mas o nível dos atletas é tão alto quanto.
Como funciona a classificação funcional?
Todos os atletas paraolímpicos passam por uma banca examinadora, que além dos exames clínicos, realizam alguns testes para medir sua capacidade de força motora e funcional. A partir destes testes, a banca determina em qual classe o atleta será enquadrado. Estas classificações são divididas por uma letra e um número. A letra B é para atletas com deficiência visual, que competem no tandem -uma bicicleta para dois atletas, um ciclista sem deficiência vai no banco da frente e é chamado de Guia. H1 a H4 são atletas paraplégicos que utilizam bicicleta onde o impulso é dado com as mãos. A T1 e T2 são atletas com equilíbrio afetado, que precisam competir usando um triciclo. As categorias C1 a C5, são para atletas com deficiência nas pernas, braços ou tronco, mas que competem usando uma bicicleta comum que podem ter uma adaptação para sua deficiência.
Sobre seu resultado na prova, quais são suas chances de conseguir ir para as Olimpíadas?
Consegui o segundo lugar no CRI (Contra Relogio Individual) e na resistência na minha categoria. O resultado foi bom, mas ainda tenho que melhorar muito antes de pensar em Olimpíadas. As chances existem, mas para ir tenho primeiro que melhorar meus tempos. Esses dias, o Lauro Chaman (que tem sua vaga garantida) finalizou o CRI com 30 minutos e eu, com 39. É uma diferença que para quem acompanha sabe que é bem grande. Mas, confio muito no trabalho do Clube de Ciclismo de São José dos Campos (CCSJC) e também no meu preparador físico Douglas Melo, para me ajudarem a chegar lá. Os resultados dependem do trabalho daqui para frente, estamos a menos de um mês trabalhando juntos.
E como estão os treinamentos?
Tenho aumentado a minha carga de treinamento de forma gradual, além de estar conciliando os treinos com minha profissão de programador e pai da Lorena de dois anos. Acredito que vou atingir a minha melhor forma física dentro de seis meses. Já consegui baixar a gordura corporal, agora é fazer os trabalhos de musculação e também em cima da bike para conseguir empurra-la cada vez mais forte e rápido.
Acompanhe a evolução e os resultados de Rodrigo Maduro pelo instagram @madurorodrigo e pela sua página no Facebook!