Diário das Magrelas: que tal um bagageiro na sua bicicleta?

Apesar da minha escolha ter sido por um modelo simples e convencional, existem muitas opções de suportes para a magrela que nos ajudam a transportar melhor nossas coisas e preservam nossas costas.

Giuliana Pompeu
6 de abril de 2015
Tempo aproximado de leitura: 3 minutos

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Sou uma iniciante no pedal diário, tendo em vista isso e o fato de as vezes eu demorar para fazer coisas que devo–isso não quer dizer que eu não as faça-, é fácil imaginar que alguns acessórios bastante práticos ainda estão em falta na minha magrela.

Minha última aquisição, um bagageiro traseiro, me inspirou a escrever esse texto, pois este tem feito minhas pedaladas muito mais fáceis e divertidas. Apesar da minha escolha ter sido por um modelo simples e convencional, existem muitas opções de suportes para a magrela que nos ajudam a transportar melhor nossas coisas e preservam nossas costas.

A começar pelo bagageiro traseiro, já bastante conhecido por todos, existem diferentes formas de utilizá-los. Além das famosas aranhas, elásticos compridos e com ganchos nas extremidades (os quais eu escolhi), muitos alforges vem sendo desenhados para acomodar mais e melhor tudo aquilo que não podemos abrir mão na hora de pedalar.

Alforges não vão apenas no bagageiro traseiro, existem modelos que podem ser colocados no guidão, ou até mesmo nas rodas dianteiras. Tudo depende do quanto de espaço você irá precisar. Conheço quem pedale numa boa, apenas com a bolsinha de selim.

Edu Cole

Eu em minha magrela livre para pedalar sem pesos

Voltando a minha decisão por prender minha mochila apenas com as aranhas, posso dizer com propriedade que essa escolha tem seu lado bom e ruim, como tudo na vida. O legal de só usar o bagageiro traseiro, sem alforges, é o fato da bike ficar mais “limpa”, sem aquelas grandes mochilas laterais. Além disso, como faço faculdade durante a noite, preciso levar minha mochila e sem alforges, nada fica para trás na bike.

Mas, vamos ao lado ruim. Tempo, a questão sempre é tempo. Para prender minha bolsa com os elásticos, preciso de pelo menos uns 3 minutos, isso se tudo der certo. Mas, o que pode dar errado? Se mal apoiada a bike sempre se desequilibra e pode cair, os ganchos muitas vezes se enroscam na magrela, corrente, aro e até a própria estrutura do bagageiro, tudo é passível de uma boa enroscada.

A solução é prender a mochila quando vale a pena. Minha primeira pedala do dia, casa-trabalho, é a que mais sinto a diferença. Com uma média de 50 minutos no pedal, meu corpo sente muito mais liberdade e menos cansaço. Consigo pedalar em pé com mais conforto e o impacto dos buracos não mais se concentram nas minhas costas.

Já em percursos muito curtos e com situações que dificultam prender a bolsa, eu coloco nas costas mesmo e bora pedalar. Esse é o caso da minha pedalada noturna, que faço depois da aula quando volto para casa, na qual eu apenas pedalo por metade da Av. Paulista e desço sem parar até o centro.

Sobre a dificuldade de instalação

Feita a compra, foi a vez de instalar o suporte na magrela. Uma tarefa bastante difícil, eu confesso, eu sozinha não dei conta e tive que traze-lo amarrado porcamente na mochila até a redação do Bike é Legal para pedir uma ajuda pra equipe. Depois de muitas mãos envolvidas na tarefa, inclusive a de Renata Falzoni, responsável pelo ajuste final, o bagageiro estava instalado e eu finalmente pude pedalar sem um peso nas costas.

Cada modelo de bagageiro se instala de um jeito e quase nunca eles vem com manual de instruções. O jeito é procurar tutorial no Youtube ou pedir mesmo um socorro pros amigos.

No fim das contas, ainda estou me adaptando a laços e formas de prender bem minhas coisas na magrela, mas minhas longas pedaladas são com certeza muito mais felizes agora que tenho as costas livres, me sinto mais leve para pedalar de pé, fazer curvas e até dar umas alongadas durante o pedal.

Sei que ainda assim existem os defensores da bike limpa, que preferem a silhueta da magrela bonita como ela é em seu estado original. Mas, pense nas dores nas costas, no desconforto do peso das coisas que se carrega no dia a dia e reflita sobre esses úteis e funcionais acessórios.

Giuliana Pompeu

Bikerrepórter do portal Bike é Legal, é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e Diretora do Documentário Ela Pedala. Tem experiência com estudos sobre uso da bicicleta nas cidades e as formas de manifestação da cultura do ciclismo, através do esporte e da ocupação dos espaços públicos. É uma ciclista urbana que busca por meio de seus textos e vídeos informar e aprender sobre as vantagens de se locomover de bicicleta. Além de uma entusiasta da mobilidade ativa, também acredita numa comunicação mais humana e libertadora.