Roteiro da Rota Márcia Prado 2014 alterado
Este texto escrevo como cidadã, totalmente indignada com a ineficiência e desvio de foco do nosso Estado.
Imagine a situação. Mesa de negociações do décimo segundo andar da Secretaria de Logística de Transporte do Estado de São Paulo. De um lado o Instituto CicloBr ao lado da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, de outro a Artesp, o DER, a Polícia Rodoviária e a Ecovias. Assunto: Liberação da quinta edição da Rota Márcia Prado, já marcada para o dia 14 de dezembro.
De um lado a Artesp insistia em chamar a Rota Márcia Prado de “prova”, corrida”, “competição”, alegou ene vezes a “falta de segurança”, “mas só hoje vocês nos avisam”, do outro a Defensoria Pública não conseguiu abrir uma brecha para lembrar que há anos todos esses órgãos estavam ou deveriam estar ao par dessas negociações e que uma mínima vontade política arrumaria tudo.
Foram uns 90 minutos onde, burocracias, desconhecimentos, medos, incertezas, fantasmas e o raio que o parta justificaram o diabo para que mais uma vez a Ecovias conseguisse o que sempre pretende: A exclusão total de ciclistas de seus acostamentos, com as bênçãos dos devidos órgãos competentes.
O Instituto CicloBr foi mais uma vez forçado a suspender o evento original, no entanto existem muitas arestas a serem equacionadas, uma delas a participação garantida do prefeito Fernando Haddad e do Sec. de Transportes Jilmar Tatto do pedal até Santos.
Até o fechamento dessa coluna, a solução equacionada pelo Instituto CicloBr será manter o evento, por um trajeto diferente, até os confins ao sul da cidade de São Paulo, a APA Capivari Mono, onde uma rota de cicloturismo está sendo desenhada pela Prefeitura.
Uma oportunidade impar para conhecer de perto essa belíssima região da cidade.
Enquanto a Europa está criando a rede de estradas cicloviárias de 70 mil km pelo continente, para ser inaugurada até o ano de 2020, pois os gestores europeus entendem o potencial de negócios por trás do cicloturismo, e conseguem trabalhar gregos e troianos juntos, o Estado de São Paulo se esmera em reprimir toda e qualquer iniciativa de potencializar o cicloturismo em nosso Estado e para isso, paga muitos salários com os nossos impostos.
A luz no fim do túnel está no apoio da Defensoria Pública do mesmo Estado, que entende como direito a realização da Rota Márcia Prado e que pretende junto com o Instituto CicloBr, trabalhar com afinco na imensa quantidade de burocracias pedidas para a viabilização do evento em 2015.
Essa turma tem paciência, eu já não mais.