SP inaugura primeira ponte adaptada para pedestres e ciclistas
A partir de agora, os ciclistas da zona norte de São Paulo têm a opção de um caminho seguro para cruzar o rio Tietê.
A partir de agora, os ciclistas da zona norte de São Paulo têm a opção de um caminho seguro para cruzar o rio Tietê. Na manhã desta terça-feira (04), foi inaugurada oficialmente a ciclovia da ponte da Casa Verde, que liga a região ao bairro da Barra Funda, já no centro expandido.
A estrutura é a primeira de doze pontes com ciclovia prometidas pela prefeitura da capital paulista até o fim de 2015. Depois da Casa Verde, a próxima a ser entregue é a Ponte das Bandeiras, também na zona norte, que teve obras iniciadas nesta semana. Segundo a CET-SP, as duas são as pontes com trânsito mais carregado na cidade.
Fel Meireles
“A demanda das pontes hoje é fundamental para os ciclistas, especialmente para aqueles que vivem nos bairros do outro lado do rio, que não o centro. Esse primeiro passo é muito importante para ampliar o uso da bicicleta e para que as estruturas realmente tenham conectividade”, defende Gabriel di Pierro, da Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo).
Entenda porque a travessia de pontes e viadutos sempre foi problema para ciclistas de São Paulo
“O importante aqui é não se deter diante do obstáculo, não achar que ele é difícil demais para ser superado. Tudo isso exige educação no trânsito e mais serenidade ao dirigir. É um processo reeducativo”, disse o prefeito Fernando Haddad (PT).
Lombofaixa e espaço dividido
A ciclovia da ponte da Casa Verde foi construída em mão dupla em apenas um dos lados da via, onde fica a calçada no sentido bairro-centro. De um lado, ela se liga à ciclovia da avenida Brás Leme e, na outra ponta, se junta à ciclofaixa que começa na rua dos Americanos e continua pelo bairro da Barra Funda até o centro.
Uma das principais novidades no viário foi a construção da chamada “lombofaixa”, solução técnica que consiste em elevar a pista no trecho das faixas de travessia. Segundo engenheiros da CET-SP, o recurso faz com que os carros tenham de diminuir a velocidade nas alças de acesso e, assim, estejam mais atentos a pedestres e ciclistas.
“Além de tudo, é um elemento muito simbólico, porque ao invés de pedestres e ciclistas irem ao nível dos carros, você inverte a lógica dessa relação”, diz Gabriel di Pierro. Apesar de aprovar as medidas, o diretor geral da Ciclocidade apontou algumas alterações que poderiam ser feitas na estrutura, como uma elevação mais acentuada da própria lombofaixa.
Fel Meireles
Travessia é feita em estrutura que mistura as características de lombada e faixa de pedestres
“Sem a faixa exclusiva os carros não respeitam e se você pede para eles pararem, ainda é xingado. Eu já usava essa ponte e agora ficou muito melhor, os motoristas já respeitam mais. Antes eu ficava aqui cinco minutos até alguém deixar eu atravessar, agora eles já olham a faixa vermelhinha e param”, conta o estudante Vinícius Patrocínio Brás, 14, que pedala até a escola todos os dias.
Outra especificidade está na travessia da própria ponte, onde projeto incluiu um espaço segregado para pedestres, em azul, e a faixa exclusiva para bikes, em vermelho.
Para Juscelino Bandeira, 46, que é motorista profissional, mas usava a ponte como pedestre, a sinalização deve fazer diferença para a segurança de quem faz a travessia caminhando. “Isso aqui é importantíssimo, porque sem a faixa o motorista não respeita. Quando ela está assim, pintada e elevada, o cara percebe e vai diminuir naturalmente a velocidade, o que facilita a vida do pedestre”.
Além da Casa Verde, a zona norte também terá ciclovias em outras sete pontes até o fim de 2015. Veja aqui o plano completo de adaptação de pontes e viadutos de São Paulo.