Número de ciclistas aumenta 53% na Eliseu de Almeida
Mesmo com apenas um trecho de ciclovia concluído, a avenida Eliseu de Almeida, zona oeste de São Paulo, já registra um aumento significativo de ciclistas.
Mesmo com apenas um trecho de ciclovia concluído, a avenida Eliseu de Almeida, zona oeste de São Paulo, já registra um aumento significativo de ciclistas.
A Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo) realizou uma contagem na última terça-feira (09) e 888 ciclistas passaram pelo cruzamento com a avenida Jacob Zveibel entre 6h e 20h. O número representa um aumento de 53% em relação a uma contagem feita no mesmo local, em 2012.
Murilo Azevedo
Ciclista pedala pelo trecho existente de ciclovia na avenida Eliseu de Almeida
“Os números são bastante impressionantes, mas o aumento de 53% é a consolidação de uma matemática que experiências internacionais já nos mostraram. Infraestrutura gera demanda”, diz o diretor de participação da Ciclocidade, Daniel Guth.
A avenida Eliseu de Almeida conta hoje com 2,3km de ciclovia, construídos no primeiro semestre deste ano. A previsão da subprefeitura do Butantã é concluir a ligação até a divisa com Taboão da Serra até o final de 2014. Com isso, o bairro terá mais 2,5km de ciclovias, além deste trecho já existente.
“Deu para perceber esse aumento e um termômetro bem claro é o bicicletário da estação Butantã do metrô. Dependendo do horário que você chega, nem há mais espaço para guardar a bike”, conta o consultor de turismo Jociel Domingos, que pedala pela Eliseu há mais de 20 anos. Veja aqui o relato completo de Domingos.
Mais segurança e novos ciclistas nas ruas
Se os números gerais já chamam a atenção, outro destaque da nova contagem foi a quantidade de mulheres pedalando na Eliseu. No total, foram registradas 60 ciclistas ao longo do dia, três vezes mais do que em 2012.
“Esse caso mostra a diferença que um pouco de incentivo faz. Ciclovia traz segurança, conforto e, portanto, inclui mais pessoas que não consideravam a bicicleta como meio de transporte”, explica Guth.
Com a ciclovia concluída até o fim de 2014, a Ciclocidade espera “uma explosão de ciclistas” no ano que vem. Se a promessa for cumprida, os 2,5km de via segregada para quem pedala se juntam ao plano de 400km que vem sendo implantado na cidade. (acompanhe a evolução do mapa aqui)
Dados: Ciclocidade
Promessa antiga
Não é de hoje que os ciclistas paulistanos apontam para a necessidade de ciclovia no local. Historicamente, a avenida Eliseu de Almeida é um importante eixo de ligação entre bairros da zona oeste da capital com a região de Taboão da Serra, de onde se deslocam milhares de pessoas todos os dias para trabalhar ou estudar em São Paulo.
A via foi palco de uma tragédia envolvendo um ciclista recentemente. Em janeiro, o frentista Maciel Oliveira morreu após ser atropelado por um ônibus já na avenida Pirajussara, continuação da Eliseu. O poder público prometia a entrega de uma estrutura segregada no local há mais de 10 anos.