Mountain Bike em Ilhabela: Trilha de Castelhanos
Final de ano, férias, motivo para descansar? Nada disso, queremos BIKEEE!!! O destino escolhido foi Ilhabela, que além de ser um lugar lindo, possui inclinação suficiente para a nossa alegria.
1. Peripécias no Litoral Norte
Final de ano, férias, motivo para descansar?
Nada disso, queremos BIKEEE!!!
Mesmo instalados com a família na praia, a turminha da bike procurou um cantinho para animar nossa visita. O destino escolhido foi Ilhabela, que além de ser um lugar lindo, possui inclinação suficiente para a nossa alegria.
2. A ilha
Chamada de Maembipe (“lugar de troca de mercadorias e resgate de prisioneiros”) pelos tupis muito antes da colonização portuguesa, a Ilhabela é um município-arquipélago e a maior ilha marítima da costa brasileira. A região, que foi polo do plantio de cana de açúcar no séc. XVII, tem 12 ilhas com mais de 300 cachoeiras e 39 praias
Além da beleza natural, o lugar é um verdadeiro poço de misticismo e lendas. As histórias vão de naufrágios e ataques piratas, passando por escravos que até hoje vagam arrastando suas correntes em busca do quilombo e até extraterrestres.
Tenho uma ligação pessoal enorme com essa ilha, que muito frequentei durante minha infância e adolescência. Durante as longas temporadas afastada do continente, não largava um livro muito maluco que achei jogado na casa de um amigo do meu pai, chamado “Ilhabela e seus Enigmas”. Se você encontrar esse livro por ai, não deixe de ler antes de visitá-la!
A trilha de Castelhanos, que atravessa o território entre os dois maiores topos, é o caminho aberto mais viável para se chegar na famosa praia que fica na face leste.
A trilha da Água Branca, nome oficial, tem 2.145 metros de extensão e começa na entrada do Parque Estadual. Ela é cercada de poços de água cristalina que foram a inspiração para o nome da trilha e iluminam o passeio do começo ao fim.
Não foi um passeio de MTB extremo como estou acostumada a postar, mas considerando que estamos em férias, vale a pena contar a história para os próximos viajantes.
3. Preparos e acesso
O ideal é parar o carro em São Sebastião e fazer a travessia da balsa com a bike.
Leve com você uma boa suplementação alimentar, repelente de insetos (citronela funciona melhor do que o blockbuster OFF – importantíssimo – Ilhabela é o paraíso dos borrachudos), filtro solar, toalha, e quanto a equipamentos, não precisa de capacete fechado, nem joelheira, nada disso, pois o passeio tem um clima de cross country.
Bom levar consigo documentos e uns 60 reais para gastar na praia de Castelhanos, pois lá nada pega de sinal, muito menos máquinas de débito/crédito e os valores são altos. Uma porção pequena de isca de peixe chega a custar 40 reais.
4. Trajeto
Ao sair da balsa, siga pela av. Principal à esquerda e antes da praia do Perequê comece a subida para Castelhanos. Há indicação clara de placas.
O passeio começa na terra a partir da entrada no Parque Estadual. São 10 km de subida e 11 de descida (mais ou menos), sendo a descida consideravelmente mais íngreme do que a subida (obviamente na volta os pólos se invertem).
A subida não da descanso, mas nem por isso alguém desistiu.
5. Castelhanos
Castelhanos é palco do mais antigo naufrágio da Ilha, ocorrido no sec. XVIII. Trata-se de um barco pirata com construção estimada em 1840.
A praia foi um porto estratégico no século XVII, pois serviu de base de operações para as embarcações espanholas que rumavam para o Pacífico. Quanto ao passeio de bike, por experiência própria, cuidado para não relaxar muito quando chegar lá. Pode começar a chover (confira a previsão!) e dependendo das suas obrigações em continente isso pode atrapalhar o seu planejamento original de horários.
4. Ah, a descida!
O legal da descida (em estradão e sem grandes obstáculos) é que como a Estrada de Castelhanos possui horários exatos para ida até a praia e volta, tem um pouco mais de segurança durante a descida. Eu cheguei à marca de 60 km/h e o Yuri, meu marido, de 70 km/h, sendo que estávamos em bikes de All Mountain!
MAS todo cuidado é pouco: ande sempre na mão certa, pela direita, e esteja pronto para encontrar ambulâncias ou viaturas da ambiental no outro sentido, além algumas motos e carros desrespeitando o bem coletivo.
Foi legal sim ter feito a descida rápida, mas estamos num país onde pessoas infringem regras portanto não aconselho.
5. A volta
Indico retornar e almoçar/jantar no restaurante Família (fica na Rua da praia de S. Sebastião), preço justo e pedida número 1 das famílias locais. Dica: moqueca de Garoupa. É um peixe da própria orla, portanto está sempre fresco.