Iniciativas no RJ ajudam a promover a bicicleta como estilo de vida (PARTE 2) Ciclo Courier e TriCiclo
A última reunião da Frente Parlamentar da Mobilidade Humana não foi nada boa para quem pedala na cidade de São Paulo. A CET anunciou um corte 45% nas verbas destinadas a estrutura cicloviária em 2014
É claro que nessas minhas andanças pelo Rio de Janeiro em algum momento eu queria muito falar sobre a Ciclo Courier, uma empresa que faz entregas inteligentes utilizando bicicletas.
Daí que, de repente, caiu na minha timeline um ótimo vídeo (no final desse post) feito pela galera da Laxmi Comunicação que resume a minha motivação de divulgar o trabalho desses caras.
Primeiro porque eles entendem que o trabalho de um ciclista entregador é muito maior e mais interessante do que ‘só’ retirar e entregar documentos. É um serviço essencial para o funcionamento saudável de qualquer cidade, pois é barato, eficiente, sustentável, silencioso e limpo.
“Existe um cuidado muito grande em cada serviço que fazemos, desde a manutenção da bicicleta, até o cuidado com o corpo (…) depois disso há também o cuidado com qualquer coisa que a gente carrega” disse Fox Goulart, um dos ciclistas entregadores da Ciclo.
Por ser uma das primeiras empresas com essa “pegada”, naturalmente, a Ciclo Courier passou a ser mais do que um serviço de bike entrega, mas também um ponto de referência, de encontro, de cultura. Hoje eles apoiam eventos, promovem discussões e realizam atividades relacionadas ao trânsito e, claro, à bicicleta. “Uma forma diferente de ver o Rio”.
Hoje a Ciclo tem base na Casa Nuvem, um espaço de trabalho compartilhado que fica no centro do Rio, no bairro da Glória, em uma região conhecida como “Beco do Rato” que, apesar de parecer abandonada, carrega a energia inexorável da história da cidade, o brilho de uma arquitetura de tirar o fôlego, além da beleza (pelo convívio) e revolta (pelas injustiças) dos contrastes sociais gritando ali na nossa cara.
Na Casa Nuvem convivem pessoas, movimentos, coletivos, empresas e projetos ligados ao uso da cidade, humanização de rua, festas públicas e ocupação. Uma bela mistura de gente interessante e muito cheiro de bagunça. Bagunça das boas.
Lá acontece semanalmente, todas as quartas-feiras, a Oficina Coletiva e Comunitária de Bicicletas TriCiclo – aberta e gratuita – que tem entre os objetivos compartilhar experiências e dar autonomia ao ciclista urbano.
Enfim, é mais um desses espaços que proporciona novas formas de vida, de trabalho e práticas sociais, democráticas e humanizadas. Repensar os modelos e viver de outro jeito, é isso que queremos. A renovação da cidade começa dentro da gente.
Assista ao vídeo da Ciclo Courier e sente um pouco do que tô falando…
* Leia também a primeira parte do meu relato sobre as iniciativas que estão ajudando a promover ainda mais a bicicleta no Rio de Janeiro. O caso do projeto Ciclovias Invisíveis.