O mundo precisa de mais Mandelas
Por diversas vezes tive a oportunidade de pisar no continente africano. África do Sul, Quênia, Etiópia, Somália, Gana e Zâmbia. Em alguns destes países senti na pele o preconceito racial.
Por diversas vezes tive a oportunidade de pisar no continente africano. África do Sul, Quênia, Etiópia, Somália, Gana e Zâmbia. Em alguns destes países senti na pele o preconceito racial. Escapei de pedradas, surras e nem lembro quantas vezes tive que parar de gravar para dar explicações. A reação agressiva de muitos que vivem nestes lugares é abastecida por ódio e rancor.
Herança dos velhos tempos de exploração e dominância. E fruto dos tempos recentes de esquecimento. Países ainda vivem em guerra civil e em estado de falência. É como se os africanos sofressem um Apartheid social em relação ao resto do mundo. Sofrem com a superpopulação, doenças como AIDS e Cólera, com altos índices de mortalidade infantil e desastres naturais como secas e inundações. E mesmo com um otimismo no crescimento econômico conhecido como Africa’s Pulse, o nível de pobreza e desigualdade segue fora de controle. Praticamente um em cada dois africanos vivem com menos de um dólar por dia. Este é o retrato que muitas vezes gera a violência que contei no primeiro parágrafo.
Ontem quando vi a notícia da morte de Mandela fiquei triste. Por imaginar como alguém é capaz de reagir a tamanhos absurdos em paz. Madiba inspirou uma geração a ter esperança na justiça e acreditar na igualdade de oportunidades. Em NOTA oficial a Fundação de Mandela diz: “Não há palavras para descrever adequadamente essa perda enorme para o nosso país e para o mundo.”.
Neste vídeo você acompanha o último discurso de Nelson Mandela: “A geração de vocês têm líderes em potencial. Eles estão começando a emerger pelo continente africano.”. É verdade, ele está certo. O mundo precisa de mais Mandelas.