Antes da largada – Minha experiência na Brasil Ride 2013
Quando convidei o Douglas Moi, para participar da Brasil Ride 2013, eu tinha em mente fazer uma prova constante em busca da tão desejada medalha de finisher da maior ultramaratona da América do Sul.
Quando convidei o Douglas Moi, ex-ciclista profissional, para participar da Brasil Ride 2013, eu tinha em mente fazer uma prova constante em busca da tão desejada medalha de finisher da maior ultramaratona da América do Sul.
Mas durante os meses que anteciparam a prova percebi que minha paixão e obsessão pela competição tomaram conta de meus treinos e comecei a focar em completar a prova entre as 20 primeiras equipes na categoria Open. Foram 8 meses de preparação, um total de 9.431km rodados entre speed e MTB, leitura de dois livros de treinamentos, entre eles o “Complete Medical Guide” do Andy Pruit, que sempre quando lia era para solucionar algum ajuste de bike fit ou identificar a origem de alguma dor que aparecia.
Neste tempo tive que conciliar minha profissão na indústria da bike com os treinos para a Brasil Ride. Isso significa o horário de quatro da manhã como rotina, na qual cheguei a fazer treinos longos de quatros horas entre às 4h e 8h da manhã, para 9h estar no escritório. Em alguns momentos cheguei a dormir por volta das 20h, cansado, porém ciente que estava treinando para um objetivo único que é participar de uma prova como esta e desempenhar bem ao lado de um companheiro que pedala muito.
O apoio familiar para uma competição como esta, é sem dúvida fundamental, minha esposa e filha tiveram um papel importantíssimo durante a preparação para a prova.
Com a data da largada se aproximando, comecei a questionar com qual bicicleta correria a prova. Como treinei mais de dois mil quilômetros com minha mountain bike de treino (Caloi Elite 30 que pintei nas cores da Caloi Osaka de 1991) resolvi competir com ela, pois o bike fit estava perfeito e durante todos os treinos não senti dor alguma e sempre me senti seguro nas partes técnicas com essa bike. A geometria também ajudou bastante na adaptação, uma vez que o chain stay curto (438mm) ajuda a bike na aceleração e ela fica com uma distância menor entre eixos, deixando a bicicleta mais na mão e rápida nas descidas. A única mudança que fiz antes da prova foi o rolamento do movimento central que coloquei o de cerâmica para uma maior fluidez no giro do pedivela. Enfim, a bike estava pronta, encaixada e confortável. Mesmo sendo de alumínio, eu estava confiante que ela performaria bem.
Mas quando liguei para o Douglas, para comunicá-lo que iria correr com uma bike de alumínio, para minha surpresa ele falou o mesmo! “Bob, também vou correr com uma bike de alumínio, estaremos com um equipamento similar”, disse ele com um tom de, vamos acelerar, mas com bikes de alumínio e não carbono, como a maioria dos participantes da prova. Quando montamos a bike, já em Mucugê, local da largada, reparamos que estávamos com um equipamento que remetia de certa forma o MTB dos anos 90, foi aí que curti ainda mais nossa decisão de correr com bikes de alumínio. Quando penso que se estivéssemos na década de 90, seria mais ou menos essa opção de quadro para os “retro riders” comentei com o Moi, “Somos os retro riders do evento” ele caiu na risada com minha ironia que estávamos representando o passado em uma prova do futuro.
No próximo post vou escrever sobre a experiência de cada etapa que nós levou a um ótimo resultado na classificação geral após 600km de prova.
Boas pedaladas a todos!