Cidades anti-gente
Em nossas cidades foram criados rios caudalosos. Na base o asfalto e como a água, correm objetos de ferro, fogo e borracha. Queimam óleos de milhões de anos, ou plantas fermentadas.
Em nossas cidades foram criados rios caudalosos. Na base o asfalto e como a água, correm objetos de ferro, fogo e borracha. Queimam óleos de milhões de anos, ou plantas fermentadas.
Esses rios uma hora se enchem além de suas capacidades param de correr. Sem ter para onde ir, suas águas travam. E a inundação se espalha, com viadutos, túneis e espaços mortos.

Cuidado! Cidade anti-gente. / © João Lacerda
Ao invés de conter a força das máquinas que compõe esses rios, ainda investimos muito dinheiro para tentar ajudar a fazer o rio fluir. Deveríamos olhar para dentro das máquinas. Ver que dentro delas estão pessoas.
Por hora ainda serão mais populares cercas para conter quem teima em atravessar o caudaloso e mortal rio de máquinas, ao invés de políticas que garantam que o fluxo motorizado seja menos caudaloso e tranquilo de ser transposto como um córrego raso.