Be Inspired
O brasileiro Paulo Cotrim, piloto e instrutor de BMX, trabalha na Access Sport, uma instituição de caridade com objetivo de dar suporte a diferentes projetos esportivos.
Em 2012 Renata Falzoni e eu tivemos a oportunidade de cobrir os Jogos de Londres em grande estilo. Ao longo de 22 dias de trabalho utilizamos apenas nossas bicicletas para produzir diversas reportagens. Entre minhas preferidas estão os vídeos com o trabalho do brasileiro Paulo Cotrim, piloto e instrutor de BMX que trabalha na Access Sport. Uma instituição de caridade com objetivo de dar suporte a diferentes projetos esportivos. Neste post uma breve entrevista com Cotrim, as reportagens que fizemos ano passado (Escola de BMX e Acces Sport ) e um novo vídeo: Be Inspired
FM – Como começou sua paixão por bicicletas?
PC- Minha paixão por bicicletas vem de pequeno, sempre tive bicicletas, comecei com rodinhas quando tinha uns 3 anos, quando fiz 5 ganhei uma monareta com garupeira que logo foi serrada e acabou virando uma “BMX”. Andava com a mulecada da rua onde morava em Londrina, mas aos 14 conheci o pessoal da Bicicletaria Recreio e foi quando BMX virou minha paixão de verdade, fiz muitos amigos e nos divertimos muito.
FM- Desde quando está em Londres?
PC- Vim pra Londres em 2002 com a desculpa de que iria estudar Inglês por um ano mas já estou aqui há 11 anos.
FM- Qual sua formação?
PC- Em Londrina estudei Marketing e Propaganda. Quando cheguei em Londres eu não falava Inglês, então trabalhava e viajava o máximo possível até que em 2008 decidi voltar a estudar. Em 2012 me formei em Marketing, um curso integral de duplo grau em Sports Marketing e Music Management. Acabei me envolvendo com as Olimpíadas e o projeto Legado Olímpico de BMX aqui em Londres, o que me incentivou a aprofundar um pouco mais meus estudos em esportes. O mês passado terminei um mestrado em Sports Management, um curso integral de um ano que está me ajudando muito com o trabalho que faço na Access Sport, a ONG que criou o BMX Olympic Legacy.
FM – O que te motiva a continuar com este trabalho?
PC- O que me motiva é saber que pelo trabalho que fazemos tem muita gente começando a andar de bike, crianças e adultos. Andar de bike é legal, e é um prazer poder compartilhar os benefícios. O trabalho que faço com a Access Sport usa o BMX como uma ferramenta para ensinar crianças das áreas carentes a pedalar, socializar, e até mesmo aumentar as chances no mercado de trabalho.

Paulo Cotrim na tela da ESPN.
FM – Para você, qual o significado do Legado olímpico?
PC- O legado Olímpico é o mais importante resultado de uma Olimpíadas. Os jogos tem o poder de inspirar uma nação a praticar esportes a nível Olímpico e escolar. Mas as Olimpíadas vão muito além, o esporte é apenas uma ferramenta, que se bem ultilizada pode ter um impacto positivo, no social e econômico.
FM – Qual a importância de dar oportunidades a crianças como Meeshaq?
PC- Estudos comprovam que a maior parte de jovens envolvidos em comportamento anti sociais muitas vezes vem de famílias com problemas e o esporte ajuda essas pessoas a melhorarem sua alto estima e que elas se sintam parte de uma comunidade, no caso do Meeshaq o BMX. O clube é sua segunda familia, é onde ele se diverte, se distrae e sabe que pode contar com as pessoas que estão ali todos como voultários para ajudar.
FM – Você acredita que a bicicleta tenha o poder de mudar o mundo?
PC- Sim, mas infelizmente a mudança ainda está devagar mas graças ao trabalho de pessoas como voces do Bike é Legal o povo já está percebendo que a maneira mais viável de se transportar é de bicicleta. Não podemos esperar do governo, cada um tem que fazer a sua parte, não vai ser fácil mas eu acredito que um dia as bicicletas vão dominar as ruas, teremos menos poluição e seremos muito mais saudáveis.
FM – Mande seu recado, o espaço é seu.
PC- Aqui na inglaterra o esporte a nível de comunidade tem muito apoio e existem muitas ONGs que trabalham nessa área. Todos os clubes de BMX que trabalho são totalmente administrados por voluntários, pessoas que muitas vezes nao sabem nada do esporte mas com muita boa vontade e um sorriso no rosto fazem um trabalho incrível para a comunidade. Eu gostaria muito em um dia poder estar no Brasil fazendo o mesmo trabalho e espero que o Brasil siga esse caminho e invista em esportes para as comunidades carentes. O esporte não vai resolver todos os problemas mas vai ajudar pessoas a terem uma vida mais saudável, fisicamente e mentalmente.