Um dos melhores lugares do mundo que eu conheço para se pedalar é a Chapada Diamantina, que fica no coração da Bahia.

São trilhas de single trek por um terreno técnico – pedras e areia – que cruzam rios e cachoeiras, dentro de um cenário único. A biodiversidade de fauna e flora é riquíssima e exclusiva, uma transição de cerrado para a caatinga.

Conheci isso tudo nas décadas de 90 e 2000 na companhia de grandes amigos como os fotógrafos Calil Neto, Zé de Boni, Alexandre Cappi e o guia pioneiro de Mountain Bike da região Terra (http://www.terrachapada.com.br) que fica sediado em Lençóis.

A Chapada Diamantina é uma prolongação da Serra do Espinhaço, que se transforma na Serra do Sincorá, onde nasce quase todos os Rios da Bacia dos Rios Paraguaçu, Jacuípe e Rio de Contas.

Estou aqui para a cobertura da quarta edição do Brasil Ride, uma ultramaratona de Mountain Bike, divididas em 7 etapas, para 200 duplas, representando 24 países.A região tem 27 municípios, sendo que 6 deles ficam dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina, criado em 1985, para preservar uma pequena porcentagem da área total da Chapada.

Prólogo 18,6 km com 307m de desnível (Mucugê)
Segunda etapa 139 km com 3096 m (Mucugê a Rio de Contas)
Terceira etapa 34,6 km com 915 m (Rio de Contas)
Quarta etapa 87,31 km 2393 m (Rio de Contas)
Quinta etapa 95,58 km com 2228 m (Rio de Contas)
Sexta etapa 143,50 km com 3252 m ((Rio de Contas a Mucugê)
Sétima etapa 61,8 km com 926 m (Mugugê)

Total 580,30 km com 13 117 m de desnível acumulado. Pedreira, o desafio dos mortais é completar.

O evento é inspirado na Cape Epic da Africa do Sul, que por sua vez inspirou-se na Ruta de Los Conquistadores da Costa Rica.

Esse formato de corrida é o que mais cresce no Mountain Bike, são provas de fundo, que reunem os melhores do mundo da modalidade ao lado de uma massa de atletas amadores.

Serve como treino de volume aos tops do mundo, em especial aqueles em começo de fim de carreira, quando eles seguem para as Maratonas.

Nessa tendência o Brasil Ride trás esse ano o primeiro medalhista olímpico (Atlanta 96) da modalidade Mountain Bike o holandes Bart Bretjens, ao lado de outros 8 campeões mundias entre eles o suiço Cristopher Sauser atual campeão de maratona e a americana Rebecca Rusch, um fenômeno em todas as modalidades de MTB.

Do Brasil temos a dupla formada por Daniela Genovesi que venceu um Race Across América ao lado de Sabrina Gobbo, Henrique Avancini ao lado de Sherman Paiva da equipe Caloi entre outros.

Também presente a equipe ESPN com Antonio Barbanti e Tiago Brant.

Outra característica do evento, similar a Cape Epic é o acampamento, onde todos dormem em barracas o que aproxima muito os participantes.

Em um café na fazenda Mucugê, foram distribuidos 74 camisetas “Guarini” que significa guerreiro lutador, aos atletas que participaram das 3 edições anteriores.