Pontes e cidades partidas
São Paulo tem muitas pontes, tem também viadutos e túneis. Geralmente infraestruturas para encurtar distâncias entre acidentes geográficos.
São Paulo tem muitas pontes, tem também viadutos e túneis. Geralmente infraestruturas para encurtar distâncias entre acidentes geográficos, muita infraestrutura urbana serve como atalho entre um engarrafamento e outro.

Ponte em Sydney com acesso à pedestres e ciclistas / © João Lacerda
Toda cidade precisa de diversidade, diversidade de renda inclusive. Mas a segregação geográfica na cidade tem sua face mais perversa nas pontes. Os grandes rios paulistanos são sinônimos para vias expressas onde o limite de velocidade é alto e a mobilidade dos veículos é baixa.
Muitas pistas e alças de acesso às pontes tornam o cotidiano de quem precisa atravessar os rios paulistanos, movido pelas próprias forças, uma tarefa inglória. O que é perto fica longe e uma distância para ser feita à pé acaba sendo feita de carro, metrô ou ônibus.
É preciso adaptar o quanto antes ao menos uma das pontes paulistanas à mobilidade das pessoas. Diminuir a distância e testar soluções. Nova Iorque tem as belas pontes com acesso à pedestres e ciclistas. Sydney na Austrália (na foto que ilustra esse pos) também tem sua icônica ponte com acesso à pedestres e ciclistas.

Ponte em Sydney com acesso à pedestres e ciclistas / © João Lacerda
Já bati nessa mesma tecla das pontes paulistanas lá nos idos de 2009. E o amigo Odir, ciclista da Zona Norte que cruza as pontes diariamente, tem protestado também contra essa cidade partida.