Nosso Dia Mundial Sem Carro
Na busca por uma reflexão sobre o uso excessivo do automóvel nas cidades, surgiu oDia Mundial Sem Carro (DMSC), 22 de setembro.
Bicicleta, ônibus, trem, metrô, bonde, skate, patins, patinete, triciclo, barco, a pé… Muitas são as opções de deslocamento que podemos utilizar além do carro, aquela casca de lata com rodas e motor, que na imensa maioria das vezes carrega apenas uma pessoa dentro dele.
Na busca por uma reflexão sobre o uso excessivo do automóvel nas cidades, surgiu o Dia Mundial Sem Carro (DMSC), 22 de setembro. As primeiras ideias e movimentos começaram na França no final dos anos 90, e logo no ano 2000 a comunidade européia aderiu, com a participação de várias cidades e regiões.
Silvia Ballan
Viva a o Dia Mundial Sem Carro!
Aqui no Brasil, o DMSC começou em 2003 com os participantes da Bicicletada de São Paulo e também em outras cidades do país. Na época, muito mais do que hoje, a bicicleta era considerada um brinquedo, algo que atrapalhava o trânsito de carros, coisa de maluco, símbolo de pobreza, menos um veículo de transporte, como na verdade é, inclusive declarada na legislação federal.
Em 2004 na capital paulista, cidadãos foram protestando e pedalando até a prefeitura no dia 22 de setembro. Tudo que receberam foram as portas na cara. Nenhuma autoridade aceitou recebê-los. Nesta mesma data, outras 1500 cidades de 40 diferentes países, deixaram parte dos seus automóveis parados, em comemoração ao Dia Mundial Sem Carro.
Como diz nosso companheiro João Lacerda, blogueiro do Bike é Legal: “O Dia Mundial Sem Carro só funciona de verdade quando os gestores públicos abraçam a causa.”
No município de São Paulo, assim como em várias outras cidades brasileiras, nao temos políticas públicas expressivas que contemplem o modal bicicleta. Iniciativas e tentativas acontecem, mas ainda falta muito. Infelizmente a bicicleta ainda não faz parte do foco da gestão pública. E o pedestre então, é totalmente esquecido!
A campanha de respeito aos ciclistas em São Paulo por exemplo, legal, bacana. Mas e o restante das ações prometidas? Será que o que foi divulgado em favor do pedestre e do ciclista, ainda que timidamente, não merece uma continuidade? Os governantes perderam a oportunidade de utilizar o Dia Mundial Sem Carro e estimular mais ainda o respeito pelas pessoas que pedalam.
Apesar de tudo isso, ainda assim conseguimos ver evoluções, e ficamos um pouco (apenas um pouco) otimistas, diante das ainda tímidas porém existentes atitudes concretas da gestão pública neste 22 de setembro. Está certo que a data cai num final de semana, mas mesmo assim, os debates promovidos e os fechamentos de locais para automóveis ou as restrições da circulação deles, nos animam. Desta vez a prefeitura “abriu as portas”.
E como esta semana foi recheada de ótimas iniciativas da sociedade civil, com os resultados das contagens de ciclistas realizados pela Ciclocidade, os dados da pesquisa realizado pela Nossa São Paulo sobre os corredores de ônibus e a Bicicletada nas Pontes que aconteceu ontem, o fim da história não poderia ser diferente: estamos muito felizes e orgulhosos das pessoas que moram, vivem em São Paulo, e tentam melhorá-la cada dia mais.