Como preparar cabeça e coração para um choque cultural
Imagine-se sobre duas rodas. Movido à energia de seu próprio corpo. O batimento cardíaco começa a acelerar e logo entra em ritmo. A endorfina toma conta. Você sorri.
Feche os olhos. Respire fundo. Não necessariamente nesta mesma ordem. Agora, para diminuir o impacto, imagine-se sobre duas rodas. Movido à energia de seu próprio corpo. O batimento cardíaco começa a acelerar e logo entra em ritmo. A endorfina toma conta. Você sorri. A máquina humana está em perfeito funcionamento. Em equilíbrio. Grande parte das pessoas também desfruta do mesmo sentimento. Aqueles que optam por outra forma de locomação te respeitam. E admiram. Reconhecem os benefícios ao mundo. Mas…isto não é um choque. Ao menos para mim. Nem um sonho. Trata-se de realidade.
O 1º Encontro Internacional de Cicloturismo Brasil – Itália, realizado pela Italy Bike Tour em parceria com o Clube de Cicloturismo do Brasil proporcionou aos 100 brasileiros participantes o verdadeiro contato com a cultura da bicicleta. No transporte, turismo e esporte.
Riccione fica ao leste da Itália, de frente para o Mar Adriático. Na onda da mobilidade sustentável tem como prioridade a promoção do uso da bicicleta, combinado com um transporte público elétrico. E com algum espaço para a locomoção individual motorizada que consome petróleo, os carros. Afinal para se ter equidade deve-se dar condições à todas as escolhas. Mas como já disse, com prioridades.
As vantagens de uma sociedade que pedala são muitas. Diretamente ligadas a qualidade de vida. Torna-se um local mais saudável. Combate a poluição e a obesidade. Dois dos principais responsáveis pelos malefícios no século do automóvel. E ainda colabora com o bolso. Pois se você não gasta nada para se transportar e não tem problemas de saúde pode crer que vai sobrar algum dinheiro. E tempo para aproveitar com família e amigos.
Mas de qual choque estou falando se o que acabo de descrever é tudo de bom? Da volta ao meu país. Enquanto os brasileiros insistem em apostar em um modelo ultrapassado de mobilidade que adoece a população e a mantém refém de uma situação possivelmente reversível os europeus dão mais um passo a frente na questão do desenvolvimento. Na verdade estão escalando montanhas com uma tremenda eficiência. E nós seguimos dando cambalhotas para trás. Passou da hora de mudar os hábitos e costumes. E a cultura.
Em breve vocês vão acompanhar um super especial sobre Riccione na Itália, no “Aventuras com Renata Falzoni”, aqui nos canais ESPN. Com muito pedal, aventura, história e a apresentação do futuro. Bicicletas. Elas são o futuro e eu acredito nisso. Ao desembarcar no Aeroporto de Guarulhos em São Paulo comecei a seguir os passos do primeiro parágrafo. Quem sabe isso me alivia a dor.