Qual o meio de transporte mais eficiente na cidade de São Paulo?
Na edição 2013 do Desafio Intermodal paulistano, a motocicleta chegou primeiro. Mas por que, então, a bicicleta continua sendo considerada por muitos como vencedora?
Na edição 2013 do Desafio Intermodal paulistano, a motocicleta chegou primeiro. Mas por que, então, a bicicleta continua sendo considerada por muitos como vencedora?
O Desafio que acontece em São Paulo há oito anos, não é uma simples corrida, em que vence quem chegar em primeiro lugar. A ordem de chegada é levada em conta, claro, pois é um indicador da facilidade (ou dificuldade) de se deslocar na cidade com cada meio de transporte adotado, mas o impacto ambiental e o custo do deslocamento também são importantes. Afinal, o tempo (e também o custo) afeta apenas quem realiza o deslocamento, mas o impacto na cidade, tanto em espaço ocupado como na poluição emitida, afeta a todos nós.
O impacto ambiental do ciclista durante o deslocamento se aproxima do zero. O Instituto CicloBR ainda não divulgou a estimativa de emissão de poluentes de cada modal, mas é claro e cristalino que o escapamento da motocicleta emite mais CO2 que os pulmões do ciclista, além de outros gases e material particulado.
O custo do deslocamento do ciclista foi zero, enquanto o motociclista gastou com combustível. E ainda que consideremos o desgaste normal dos dois veículos, descobriremos que as peças e a manutenção da bike têm custo muito inferior aos da moto.
A bicicleta é um dos meios de transporte mais eficientes que existe. É capaz de transportar muitas vezes seu próprio peso, apenas com o esforço das pernas de quem a conduz, sem poluição ou custo de combustível. E, mesmo sem motor, consegue chegar muito antes do automóvel – e praticamente empatada com a motocicleta.
Tempos
A motocicleta chegou em tempo recorde esse ano: 19 minutos e 9 segundos. Willy, o motociclista, chegou sorridente, afirmando que o trânsito estava surpreendentemente bom naquela noite. Apenas um minuto depois chegou a primeira bicicleta, mas quem a pedalava não era o competidor oficial, e sim seu acompanhante, e pelas regras da disputa seu tempo não poderia ser computado.
Geninho, o ciclista que seguiu por vias rápidas, havia perdido a entrada da rua que sairia na frente da prefeitura e precisou dar uma volta maior, perdendo três preciosos minutos, cerca de 15% do tempo que havia levado até ali. Ainda assim, chegou em menos de metade do tempo gasto no transporte público (53 minutos, trem + metrô) e praticamente um terço do que a motorista levou para chegar ao destino (1h07).
Até mesmo o pedestre correndo chegou seis minutos antes do carro. E praticamente empatado chegou o ônibus, com apenas um minuto a mais. Pouco depois do automóvel chegou o skatista, seguido do participante que pedalou sua dobrável até o Metrô Faria Lima, embarcando com ela. O último a chegar foi o pedestre, que como a bicicleta, o skate e o corredor também não teve gastos nem emissão de poluentes pelo caminho.
Os tempos podem ser consultados aqui.
Opções
O maior objetivo do Desafio Intermodal é mostrar que existem outras opções além do automóvel – e da motocicleta – para se deslocar numa grande cidade. Seu resultado deve ser utilizado para estimular a discussão sobre a eficiência sustentável de cada deslocamento, o desempenho do transporte público e a cidade que queremos. A mudança deve começar em cada um de nós.