A bicicleta como centro de uma comunidade
O lançamento do Bike é Legal foi mais uma oportunidade para marcar a união dos que optaram por pedalar em São Paulo e mais do que isso, por promover o uso da bicicleta para mais pessoas e assim melhor
O lançamento do “Bike é Legal” foi acima de tudo um encontro de amigos em torno das duas rodas movidas a pedal. Uma paixão que nos une (como está no vídeo de lançamento). E essa paixão certamente não se explica, mas tem gerado muitos e bons frutos em nome do futuro das cidades.
O tal “cicloativismo” paulistano não nasceu hoje, nem mesmo nesse século XXI. Vem de longe e tem como representantes dessa mais antiga geração a própria Renata Falzoni e Arturo Alcorta. Ambos escolheram a comunicação como ferramenta em prol de uma São Paulo mais amiga da bicicleta.
Como bem gosta de definir a Falzoni, eles se acostumaram a “esperar na esquina”, depois de ultrapassar todos os pensamentos retrógrados e engarrafados que mantém investimentos massivos em uma mobilidade antiga centrada em máquinas em detrimento das pessoas.
Nos últimos anos não só aumentou o número de “cicloativistas”, mas também passou a ser tendência mundial o uso das bicicletas nas cidades. Na esteira desse ambiente favorável a Bicicletada se mostrou como um agregador de pessoas em torno da defesa da bicicleta como veículo urbano.
Do grupo diverso e pouco numeroso de pessoas que estiveram nas primeiras bicicletadas brasileiras do começo dos anos 2000 muita gente nova apareceu. Em São Paulo houve um grande ponto de inflexão em 2008 quando a massa ultrapassou em números e relevância tudo o que havia acontecido antes.
Em pouco tempo a comunidade da bicicleta ficou grande demais para a bicicletada e o “cicloativismo” passou a migrar para iniciativas pessoais e em grupo que visavam fortalecer a bicicleta na cidade. A Ciclocidade, o Instituto CicloBr, BikeAnjo e até mesmo oGangorra+Las Magrelas são filhotes dessa comunidade.
O lançamento do Bike é Legal foi mais uma oportunidade para marcar a união dos que optaram por pedalar em São Paulo e mais do que isso, por promover o uso da bicicleta para mais pessoas e assim melhorar a cidade.
São nessas amizades e no prazer de pedalar que reside a força da bicicleta como agente de transformação das cidades. Uma força que se alastra de diversos pontos, por meio de diversas pessoas Brasil e mundo afora.
PS.: Quem quiser entender o porque de “cicloativismo” e “cicloativistas” sempre entre aspas, o texto “Pelo fim do cicloativismo” (de 2009), resume minha restrição a esses termos. “Inserir a bicicleta no cotidiano urbano irá eventualmente implicar na morte completa do cicloativismo e a transição para o foco total na promoção ao uso da bicicleta.”