Minha paixão é o "Mountain Bike Retro" – De 1992 até hoje
Um relato sobre a evolução da bike. Observando a evolução da tecnologia nos materiais e componentes que fazem parte da bicicleta.
Hugo Egger
Bob Nogueira no pedal
Não é de hoje que muitos aficionados por bikes ficam observando a evolução da tecnologia embarcada nos materiais e componentes que fazem parte da bicicleta. Como parte ativa desse grupo de pessoas e com uma história de paixão e de muito trabalho nesse mercado, vou fazer dessa coluna um portal para o mountain bike retro.
Começo essa história em 1992, mais precisamente no mês de setembro, quando participei de minha primeira prova de MTB (Mountain Bike) realizada em Vinhedo através do organizador e atleta Gustavo Trivelato. Nessa época, com apenas 12 anos de idade, eu me encantei com as inúmeras oportunidades que o MTB trazia aos seus praticantes.
Nessa primeira corrida eu tive como parceira minha primeira mountain bike, que se chamava BCA, feita em cromo-molibdênio, garfo rígido e grupo Shimano 300LX com incríveis 21 marchas. A bike era pesada mas já continha uma essência clássica do MTB Retro com tubo superior curto e suporte de guidão enorme, entre 120-140 mm.
Durante a prova, na categoria estreante, fui ultrapassado num determinado momento pelos atletas da categoria especial (hoje conhecida como elite) e que nela estavam grandes nomes do MTB nos anos 90. Eram, Oswaldo José dos Santos, Marcio Ravelli, Gustavo Ribeiro Jorge, Miguel Giovanini e Marcos Mazzaron entre outros. Mas foi ao perceber as bikes desses grandes atletas que realmente me apaixonei pelo MTB e comecei ali uma história que nos 23 anos seguintes fizeram parte do meu dia a dia e dos meus sonhos, muitos sonhos.
Um desses sonhos era ter o amortecedor Rock Shox RS1, depois o Mag20, Mag 21SL, Judy, SID, Psylo, Boxxer, até chegar aos atuais Reba e SID XX, que tiveram sem dúvida uma evolução imensurável entre o RS1 e os amortecedores de hoje em dia. O que me chamava muita atenção nas bicicletas dos anos 90 eram as inovações técnicas que os engenheiros malucos criavam em busca de soluções que melhorariam as performances dos componentes e geometrias de quadro.
Bob Nogueira
Geometria Open Stay
Geometrias como a ‘Open Stay’, que tinha tubos em ângulos diferentes de uma bicicleta normal, mas que vinha com o argumento de evitar o famoso ‘Chain Suck’, que é o efeito quando a corrente é sugada entre as coroas e os chain stay. A geometria open stay não tinha o chain stay para ter a corrente presa e que era um dos vários problemas que as MTBs apresentavam no início dos anos 90, tanto que alguns fabricantes faziam o ‘Anti Chain Suck’, um suporte preso embaixo do movimento central e que ajudava a evitar a sucção da corrente pelo chain stay.
http://singletrackworld.com/forum/topic
Anti Chain Suck
Coisas do MTB nos anos 90, pequenas inovações nos componentes e grandes engenhocas nas geometrias dos quadros, a evolução de hoje precisou passar por grandes aprendizados para melhorar a qualidade das bicicletas de mountain bike.
Escrevendo sobre os anos 90 no MTB Brasileiro e Mundial percebo que temos muitos assuntos para falar por aqui e vou aos poucos desvendando mistérios e celebrando a tecnologia e evolução do Mountain Bike. Vou citar alguns nomes marcantes do esporte como: John Tomac, Ned Overend, Hans Rey, Tim Gould, Rishi Grewal, Susan De Mattei, Dave Wins, Tom Roger, Paul Turner, Greg Herbold, July Furtado, Missy Giove, Tim Rutherford, Tom Ritchey, Joe Breezer, Gary Fisher, Gary Ford, David Baker, entre outros.
http://domestiquejournal.files.wordpress
John Tomac, mito do MTB mundial