Ciclista morre após ser atropelado em São Paulo
Mais um ciclista é atropelado e morto por um motorista de ônibus, dessa vez na Avenida Francisco Morato na capital paulista.
Mais um ciclista é atropelado e morto por um motorista de ônibus, dessa vez na Avenida Francisco Morato na capital paulista.
O trabalhador foi colhido na pista do meio, quando o motorista de micro-ônibus saiu do corredor a ele destinado para fazer uma ultrapassagem arriscada.
Sua bicicleta virou pizza no asfalto, a vitima foi levada ao Hospital Universitário ainda com vida, mas veio a falecer.
Os noticiários tratam o assunto como “acidente” e nas entrelinhas até culpam o ciclista pela sua morte.
Imagina-se que ciclistas só possam locomover-se em ciclovias, ciclofaixas de lazer e o ponto de vista nunca é que as ruas devem ser seguras e de uso para todos.
Na retórica comum dos que reportam e analisam o caso, locomover-se fora de veículos motorizados no Brasil é “arriscar-se” nas ruas, um ato obsceno, que só atrapalha a vida dos que estão protegidos de air bags, latas e tudo o mais.
O Estado por sua vez prioriza investimentos no viário exclusivo a carros, foge de sua responsabilidade prevista nos artigos 21 e 24 do Código de Trânsito Brasileiro, que obrigam todas as autoridades de trânsito a fomentar a circulação de pedestres e ciclistas e garantir a sua segurança.
O jurídico e o Ministério Público não se manifestam e o dito popular sabe que “quem cala consente”.
Direito a vida é garantido apenas aos que vão dentro de veículos a motor.
Os números comprovam, 82 % das mortes que ocorrem nas ruas de São Paulo são de cidadãos que estavam fora de um carro. São 2 pedestres e 2 motociclistas por dia e 1 ciclista por semana.
Isso sem falar nos 12, também ao dia, que morrem contaminados pela poluição.
Enquanto isso o planejamento de mobilidade de São Paulo não é feito, a ciclovia da Eliseu de Almeida – uma alternativa para a Francisco Morato – prometida em 2007 para 2010, não sai do papel.
É muito importante que todos assinem o manifesto #naofoiacidente, pois temos que acabar com esse “jeitinho brasileiro” de acabar tudo em pizza, de mascarar a responsabilidade e dar uma solução mambembe irresponsável e divertida a tudo.