EMA MIX TERRA, o retorno
A primeira Corrida de Aventura que rolou no Brasil foi a EMA, A Expedição Mata Atlântica, evento organizado pelo multiatleta e empresário Alexandre Freitas.
A primeira Corrida de Aventura que rolou no Brasil foi a EMA, A Expedição Mata Atlântica, evento organizado pelo multiatleta e empresário Alexandre Freitas.
A estréia foi em Outubro de 1998, uma prova de 220 km entre Paraibuna e Ilha Bela, com participação de equipes do Brasil e da Nova Zelândia. O próprio neozelandez Geoff Hunt, um dos inventores dessas provas multidesportivas, criador do Southern Traverse e da ARWS, Adventure Race World Series, correu e finalizou em terceiro.
Os primeiros atletas eram na sua maioria oriundos do triathlon, do Ironman e do mountain bike, como Michel Bogli, João Paulo Diniz, Said Aiach, Sérgio Zolino, Cris de Carvallho, Shubi Guimarães, Rose Hoeppner, Adriana Piasek, Eduardo Coelho, Ariane, Marcelo e Simone Maciel.
Em uma segunda leva, outros como o triatleta Alexandre Manzan, a ciclista Adriana Nascimento e os montanhistas Luiz Makoto Ishibe, Waldemar Nclevicz e Victor Negrete engrossaram a lista de atletas nessas provas multidesportivas de fundo.
Entre 1998 e 2001 foram organizadas 4 Expedições Mata Atlântica:
1998 Paraibuna e IlhaBela, em São Paulo.
1999 Iporanga a Cananéia, São Paulo,
2000 Paraty no RJ e Ubatuba em SP
2001 Amazônia
A EMA, criou equipes para as necessárias logisticas de comunicação, cobertura, direção e segurança de provas.
Exemplos são inúmeros, como a equipe do Dr. Clemar Corrêa da Silva, um neurocirurgião especializado em dar suporte médico a combalidos corredores de aventura, em locais remotos, de difícil acesso; ou mesmo a nossa própria equipe de filmagem, que literalmente corria (e ainda corre) ao lado das equipes, sem falar na equipe de Charles Khayat de rádio comunicação, coração do evento e portanto, quem excecutava as resoluções de todos os pepinos.
Esses são alguns exemplos, de muitos. Uma corrida de aventura do porte da EMA, onde os atletas de ponta por vezes ficam distantes 300 km dos atletas do fundão, soma mais de 200 profissionais entre staff e apoio. É muita coisa. É complexo. Tem que ter maestria no comando, criatividade, carisma e principalmente ser uma pessoa que aprende e melhora com os próprios erros. Isso Alexandre sabia (e sabe) como ninguém.
Em 2002 Alexandre Freitas participou do último Eco Challenge que rolou, nas Ilhas Fiji, ao lado e Zé Pupo, Eduardo Coelho, Carmem Silva, pela equipe EMA Brasil. Outras duas equipes brasileiras estavam por lá a Quasar Lontra e a Atenah.
Durante a prova, Alexandre comeu um peixe mal cozido, contaminado com um parasita. Devido a uma soma de fatores, catapultados pelo fato de que Alexandre havia pego uma diarréia durante a prova e estava com baixa resistência imunológica, o parasita alojou-se na medula causando um imenso estrago em seu organismo.
Dois dias depois de terminar a prova, Alexandre já na Austrália, entrou em coma. Foi trazido ao Brasil e embora desenganado pelos médicos, saiu do coma depois de dois meses, mas com uma série de sequelas motoras, auditiva e visual.
A sua família foi e é o pilar dessa recuperação, com especial crédito ao seu pai Henrique Freitas.
Sua rotina diária de exercícios e fisioterapia, ao lado de fiéis escudeiros, é extenuante. Alexandre, contrariando os prognósticos de médicos, vem melhorando lentamente, sem nunca estagnar.
Alexandre repete a qualquer um que lhe pergunte de onde ele tira forças para essa rotina e essa exaustiva persistência: _“Desistir? Jamais! Eu não desito nunca!”
Passados 10 anos desse incidente, Alexandre Freitas decide resgatar a marca EMA, a corrida de aventura que deu espaço para outros circuitos do Brasil como o Ecomtion, o Brasil Wild e o Adventure Camp entre outros.
O intuito entre outras coisas é deixar um legado ao seu filho Rodrigo Freitas, hoje com 10 anos.
Patricia Croci, coordenadora das provas da EMA, é apontada pelo próprio Alexandre como a responsável pelo EMA MIX TERRA, o retorno da EMA um duathlon fora de estrada, para duplas masculinas, ou mista e feminina, em uma região próprícia a essa prática, Itu.
Uma prova curta rápida, com 13 km de corrida e 23 km de mountain bike, com vitória da dupla Oiseau Libre de Alexandre Manzan e Cid Santos e a Brasil Soul de Adriana Nascimento ao lado de João Bellini.
Todos atletas multidesportivos com vasto curriculo nas provas de aventura.
Isso tudo está no Aventuras Especial EMA MIX TERRA que na minha opinião está imperdível, pois resgata imagens das 4 edições da EMA.
Acredirto que mais do que ter saudades, o mercado brasileiro de Corridas de Aventura e provas Multidesportivas, merece o retorno do profissionalismo e ineditismo de Alexandre Freitas, da marca EMA.
É nítido e notório que se não houver um toque de criatividade e mudanças conceituais nesses eventos, eles perderão (como já acontece) o interesse de patrocinadores. Isso é uma tendência mundial e o Brasil tem tudo para ser referência neste necessário renascimento.
Feliz regresso Alexandre Freitas!