De Bicicleta por Cuba
Depois de 15 dias pela França, uma semana no Brasil aterrisei em Cuba, ao lado de meu colega e amigo fotógrafo Alexandre Cappi e duas bicicletas dobráveis. Foi um mes de grandes contrastes.
Depois de 15 dias pela França, uma semana no Brasil aterrisei em Cuba, ao lado de meu colega e amigo fotógrafo Alexandre Cappi e duas bicicletas dobráveis. Foi um mes de grandes contrastes.
A primeira impressão de Cuba é a que fica: Avenidas largas, baixa velocidade de poucos carros dos anos 50, nenhuma propaganda ou lixo e um sol de rachar.
Havana é um deja vu, edifícios centenários com diferentes estilos combinados sem manutenção, que me transportaram num flash para uma São Paulo dos anos 50, a época de minha primeira infância. Os mesmos taxis, a mesma arquitetura, ruas relativamente calmas.
Algumas horas depois me dei conta de que estava em uma ilha parada no tempo, que priorizou saúde e educação de seu povo e ao longo desse meio século e deixou a manutenção em segundo plano devido a evidente falta de recursos.
Mas não fui a Cuba para entender ou julgar o país e sua política, apenas vivenciar.
Fomos Cappi e eu, encontrarmos com Tomaz Cavalieri e Renato Lunardelli Falzoni, que estiveram por Cuba em um Workshop de cinema de documentário de natureza.
Nós quatro mais Damian, outro fotógrafo, passamos uma tarde em Havana Velha, pelos mesmos bares onde Hemingway bebeu todas. Nós também cambaleamos pelas ruelas de um museu ao ceu aberto.
Muitas crianças nas ruas e o único brinquedo que vi foi um carrinho de rolemã, dividido entre umas 15 crianças, uma bola de beiseball e, em uma esquina, um campinho de futebol, barras de musculação e uma tabela de basquete.
Não há mendigos, ou ladrõezinhos baratos estilo “bate carteira”, mas os cidadãos pedem donativos. Um simples CUC, a moeda dos turistas que para nós vale 2 reais, para eles é o soldo de dois dias de trabalho. O Turismo é a princial fonte de renda desde 1990, quando a União Soviética se dissolveu.
Pedalar por Havana e por toda Cuba é fácil e agradável. Nas ruas os pedestres e ciclistas dividem espaço com Bicitaxis e Cocotaxis e carros antigos.
Os motoristas prestam atenção às vidas ao seu redor, mas os carros antigos usam motores adaptados que consomem o pior diesel possível, um lixo oriundo da Venezuela. Havana tem um ar muito poluído.
O mar do Caribe é azul claro, com alta visibilidade e águas quentes.
Varadero a 150 km leste de Havana é só para turistas. Uma península onde o mangue deu lugar a um resort ao lado de outro. Nada a ver com Cuba, mas é a Cuba de hoje também.
Trinidad uma cidade histórica tombada fica aos pés das montanhas Topes de Collantes e embora ainda não tenha um ecoturismo desenvolvido, representa hoje um enorme potencial nesse aspecto.
É para lá que eu pretendo retornar com mountain bikes, ducks e tenis de caminhada durante o inverno quando as temperaturas são mais suportáveis.