Viva Paul McCartney
Na época da ditadura cantarolar Beatles podia ser confundido com estar alinhado com os militares.Paul McCartney volta ao Brasil, e enterra de vez com essas bobagens de rotular as pessoas.
Na decada de 60 e 70, havia entre os jovens um declarado desdém por parte dos mais intelectualizados para com aqueles que, como eu, gostavam de Beatles e Rolling Stones.
Éramos rotulados de “alienados”, tidos como piores até mesmo que os amantes da Jovem Guarda de Roberto Carlos. Nosso pecado era cantar em inglês, a lingua do famigerado “Uncle Sam”.
O “politicamente correto” era João Gilberto, Vinicius, Toquinho, Tom Jobim, Chico, Caetano e outros tantos brasileiros geniais, a quem devoto todo respeito!
Na época da ditadura cantarolar Beatles podia ser confundido com estar alinhado com os militares. Estes por sua vez detestavam os cabelos compridos, a rebeldia da Beatlemania e os pedidos de Paz para o Mundo.
O fogo era cruzado.
Passados 50 anos, o Beatle (ele é um Beatle não um ex Beatle) Paul McCartney volta ao Brasil, e enterra de vez com essas bobagens de rotular as pessoas pelas suas preferências!
Enquanto mais de 178 mil “jovens” de todas as idades, renunidos nos tres shows daqui do Brasil, cantaram juntos os refrões de “Give Peace a Chance”, “Hey Jude”, “Let It Be”, “Blackbird”, “Yesterday”, “Helter Skelter” “e “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band / The End” entre outras músicas, eu chorava feito uma criança!
A certeza é que essa vida é uma só e que temos que aproveitá-la intensamente, sempre fiel aos nossos ideais, aos nossos princípios de liberdade e felicidade para todos.
Emoção maior foi abrir o computador no dia seguinte e ver Paul de bicicleta pelas ruas de São Paulo.
Esse gesto simples e contundente preciso dizer mais?
Obrigada Paul McCartney, muito obrigada!
E se você como eu está cantarolando as músicas de Lennon McCartney desde que assistiu ao show, entre no youtube e veja o The Beatles Anthology. São 6 filmes de uma hora cada. Vale a pena!