22 de Setembro em São Paulo
Meu amigo cicloativista André Pasqualini, do Instituto Ciclobr, resume bem o que é o dia 22 de Setembro, o Dia Mundial Sem Carro, nesse texto publicado em sua coluna no jornal Destak.
Meu amigo cicloativista André Pasqualini, do Instituto Ciclobr, resume bem o que é o dia 22 de Setembro, o Dia Mundial Sem Carro, nesse texto publicado em sua coluna no jornal Destak.
André coloca de forma simples direta e até um pouco agressiva, pois todo o cicloativista em São Paulo está cansado de ser enrolado pelo poder público, o quanto desigual são direitos, regalias e infraestrutura para os que vão de carro em detrimento dos que estão em ônibus, trens, metrôs ou mesmo a pé ou de bicicleta.
Ou seja, para a esmagadora maioria dos paulistanos, todos os Dias são Dias Sem Carro, sendo que se algo acontece no 22 de Setembro é apenas para que essa minoria, que está no poder, se toque que está na hora de mudar o foco, investir pesado em transporte público, calçadas e estrutura cicloviária e melhorar para todos.
Como já dito em meu último post, a ficha do poder público não cai. Segundo pesquisa realizada pelo Movimento Nossa São Paulo, 52% dos paulistanos trocaria seus carros por transporte público se fosse viável.
Ou seja até a população já se tocou e quer mudanças!
Mas o Desafio Intermodal provou mais uma vez, que ir de carro ainda é mais eficiente do que ir de transporte público…. até quando?
A agenda começou logo cedo pela manhã, na Praça do Ciclista, com um café da manhã oferecido pela turma do Ciclocidade, com direito a sanduíche, suco e bate papo com todos os ciclistas que por lá passaram, entre eles o paranaense Daniel José Dias Auer, que veio de Ponta Grossa apenas para nos conhecer. Detalhe, ele não tem as mãos, e adaptou sua bike de forma simples e eficiente.
Durante o dia, na esquina da Av Paulista com a Padre João Manuel, funciona a Vaga Viva onde 4 vagas de carros dão espaço a uma praça para que as pessoas curtam a cidade, sentem em um sofá e conversem.
A Vaga Viva questiona o uso dessa imensa área de nossas ruas que é privatizada pelos automóveis nela estacionados. A ficha não cai, enquanto as calçadas são estreitas, malcuidadas, uma imensa área é privatizada todos os dias para estacionamento de automóveis particulares.
Ciclofaixas e calçadas de acordo poderiam estar nessa borda de ruas onde carros estão estacionados. Até o comércio ganha com isso pois calçadas e ciclovias trazem movimento de clientes.
Ainda essa tarde, a turma do Pedal Verde irá revitalizar o memorial de Marcia Prado, a Ghost Bike da Av. Paulista, plantando algumas mudas de flores e arbustos cedidos pelo Viveiro Manequinho Lopes no Ibirapuera.
No fim da tarde, com partida da Praça do Ciclista, uma grande movimentação de ciclistas e simpatizantes sairá as ruas da cidade, é a Bicicletada de 22 de Setembro.
Enquanto no Rio de Janeiro, a prefeitura da cidade retirou os carros estacionados do centro, em apoio ao 22 de Setembro, aqui na cidade de São Paulo, a prefeitura sequer se manifestou conhecer o assunto Dia Mundial Sem Carro.
Pior disso tudo, estamos em plena campanha política para Presidente e nenhum dos candidatos até o momento tocou no assunto mobilidade sustentável, que dirá estrutura cicloviária nas cidades do país!
Veja a matéria da Exame: