Pedal bom pra cachorro
Cape Town nos brindou com uma semana de sol e calor. Coisa rara por aqui durante o inverno e não perdemos tempo, rodamos as magrelas e filmamos um bom bocado.
Cape Town nos brindou com uma semana de sol e calor. Coisa rara por aqui durante o inverno e não perdemos tempo, rodamos as magrelas e filmamos um bom bocado.
Um dia as nuvens estavam baixas, fomos até Hout Bay, no caminho topamos artesões de Zimbabwe e de Malawi, países aqui vizinhos. São experts em madeira, esculpem animais da região em especial os Cinco Grandes, The Big Five como eles são chamados, o elefante, o leão, o leopardo, o rinoceronte e o bufalo. Interessante que girafa não faça parte desse elenco.
Nesse mesmo dia chegamos a Hout Bay, que significa a Baia do Tronco. Na praia pode-se passear com cães, eles seguem soltos ao lado de seus donos. As fezes são sinalizadas com bandeirolas, e uma mulher é paga para retirá-las e com isso evita-se um lixo tóxico que seria o cocô do animal embrulhado em saco plástico.
Depois esse material é direcionado a uma usina de compostagem.
Os cães somente circulam no inverno, fora da época de banhistas, assim evita-se a propagação do bicho geográfico, muito embora esses cães sejam tratados contra vermes. Interessante isso, no Brasil desconheço praia que aceite cães, pois não existe a prática de se negociar regras. Vale a Lei do “Não porque Não”, assim em nome de se preservar, muitas atividades outdoor estão proibidas, o que não resulta necessariamente em proteção ambiental, mas sim abandono. Os estudos de manejo são com frequência adiados e em nome de preservar proibe-se em vez de se estudar um uso sustentável.
É o mesmo raciocínio de que “Pedalar nas ruas não pode porque é perigoso”. Não se estuda, não se estabelece regras, quer dizer as regras estão aí, não se cobra respeito as regras do uso partilhado. Dizer “não” é sempre mais fácil, é eximir-se da responsabilidade, é a omição que gera a exclusão.