Mulheres na Imprensa e Mulheres no Pedal
Em março de 2009, muito sensibilizada pelo falecimento da amiga jornalista Sueli Rumi, escrevi um post sobre a história do cicloativismo capitaneado por mulheres no Brasil e no Mundo
Próximo domingo, 8 de março de 2009, é o dia das mulheres e eu, que não sou de dar trela a essa data, quero homenagear uma amiga, colega jornalista, mulher batalhadora, que veio a falecer vítima de câncer nesse domingo dia 1 de março. Trata-se de Sueli Rumi, com quem trabalhei desde os anos 80, primeiro no segmento de off road, depois de motos e mais recentemente, Sueli foi a portavoz dos escaladores brasileiros que fizeram o cume do Everest: Vitor Negreti, falecido em 2006, Rodrigo Raineri e Ana Elisa Boscaioli. Sueli também trabalhou com a atleta Jaqueline Mourão, do Mountainn Bike e atualmente esqui de fundo.
Em uma de suas raras aparições defronte ao vídeo, Sueli participou do Desafio Intermodal do ano de 2007 aqui em São Paulo e foi de Taxi desde a Praça Gentil Falcão até a Prefeitura no centro da cidade.
A forma como Sueli nos deixou, assim de repente, me faz lembrar que antes de tudo é necessário que todos tenhamos, em especial as mulheres, muita atenção aos sintomas de nosso corpo.
Assim nunca é demais relembrar a importância de estarmos nos checando e rechecando para previnir essa doença infernal que é o câncer. Isso vale a todos, homens, mulheres e também (porque não) aos nossos amigos animais domésticos também.
E no dia 8 de março, acontecerá dois eventos interessantes de ciclismo.
O primeiro é o passeio tradicional das meninas do “Saia na Noite”, grupo pioneiro aqui no Brasil de mulheres que pedalam juntas, fundado por Tereza D’Aprile em 1992. Veja lá o site www.saiananoite.com.br
O primeiro clube só de mulheres que pedalam juntas nas trilhas nasceu nos Estados Unidos, fundado por Jacquie Phelan em 1984 é o Wombats Women’s Mountain Bike and Tea Association, cuja tradução seria, Sociedade de Mulheres para o Chá e o Mountain Bike. Vejas lá http://www.wombats.org
O grupo congrega mulheres que não gostam de competir, que não conseguem acompanhar o rítimo de seus maridos, namorados ou amigos nas trilhas e que desejam melhorar suas técnicas no mountain bike.
Conheci Jacquie pessoalmente em 1994 em um Bike Show de Los Angeles. Assim como Joe Breeze, Gary Fisher, Tom Ritchey, ela é uma dinossaura do MTB americano e não soube me precisar o porque do chá depois das trilhas. Seria talvez um toque a mais para defender o lado feminino do Mountain Bike, lado esse que eu desconheço, já que mesmo depois de tantos anos, a proporção de mulheres no Mountain Biuke nunca passou de 30 % em um grupo, ou mesmo nas competições. É baixo mesmo.
Voltando ao Brasil, vale a pena conferir o evento das meninas do Saia na Noite, que análgo ao “Night Biker’s Club do Brasil”, saem todas as terças feiras a noite para um giro por São Paulo.
Outro grupo de pedal feminino é o “Hora do Blush” da Andrea Marcellini (1) veja lá:http://www.horadoblush.com.br de Belo Horizonte.
Entre outros eventos, Andrea organiza o “Race das Meninas”, a única competição de Mountain Bike no Brasil que divide as mulheres em categorias por idade e não apenas junta todas em uma única categoria, como fazem todos os outros organizadores, fato que desanima a participação de mulheres de mais idade e ou de iniciantes.
Outro evento que rola no dia 8 de março é a prova de maratona Cross Country “Sram 50K”.
Mulheres têm 50% de desconto na inscrição e estão divididas em 5 categorias apenas. Muito pouco.
Mas vambora pedalar, pois a prova vai ser em Itupeva, um dos melhores locais de se pedalar perto de São Paulo.
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(1) Andrea Marcelina trabalha na UCI e é casada com Chrstoph Sauser Campeão Mundial de Mountain Bike de 2008.