Marcia Prado tombou na Av Paulista. 

O ônibus atropelou-a com a roda traseira, depois de derrubá-la da bicicleta.

Tragédia. 

A família doou o corpo para pesquisa científica. Os órgãos porém se perderam, pois Márcia ficou horas coberta na avenida, sob sol, calor e chuva, enquanto as notícias na internet mais se preocuparam com o trânsito causado pelo acidente do que o assassinato em si.

Como a música de Chico… “Morreu na contramão atrapalhando o tráfego.”

Marcia era ciclista experiente. Sua última viagem de bicicleta foi sábado passado até Santos, pela estrada de manutenção da Imigrantes, com seus amigos cicloativistas.

Amanhã quinta feira,15 de janeiro, a família estará presente para uma homenagem às 6 da tarde, na Praça do Ciclista, de onde sai a Bicicletada. Av. Paulista x Consolação. Sexta Feira, haverá uma Bicicletada e uma “Ghost Bike” uma Bicicleta Fantasma será instalada no local de sua morte.

Será uma Invasão de Bicicletas silenciosas em luto. Não foi a única fatalidade do dia. Outros pedestres também tombaram.

Em janeiro, o trânsito flui. Muitos veículos abusam da velocidade. Eu mesma tenho ido frequente pelas calçadas, pois o excesso de velocidade mata! São Paulo com trânsito bom, dá medo pois ninguém segura os apressados.

Na Europa, 75 % das fatalidades são motoristas e passageiros. Aqui em São Paulo, 75 % das fatalidades são pedestres e ciclistas. Nós somos as vitimas enquanto os excessos de velocidade e desrespeito aos não motorizados, não são penalizados.