São Paulo na semana do 22 de setembro
Enquanto a multiatleta Fernanda Maciel, integrante da equipe Atenah de Corrida de Aventura pedalava em direção à USP, ela foi propositadamente agredida pelas costas.
Enquanto a multiatleta Fernanda Maciel, integrante da equipe Atenah de Corrida de Aventura pedalava em direção à USP, para dar aulas de ciclismo a crianças de 6 anos de idade, ela foi propositadamente agredida pelas costas, com um objeto que pode ter sido um ursinho de pelúcia, por um passageiro de veículo que se dirigia à Cidade Universitária. Por pouco Fernanda não caiu e teria sido inevitávil um atropelamento a seguir.
Dias antes o fã de esportes Rubens Nesi me relatou por e-mail que foi impedido de estacionar sua bicicleta no Shopping Metrô Itaquera, enquanto por lei é obrigatória a instalação de bicicletários em todos os estabelecimentos de grande fluxo de pessoas como shopping centers. Detalhe o shopping está na beira da mais nova ciclovia de São Paulo, pela Radial Leste.
Essas são atitudes que eu classifico como Bike-Fobia, o medo a bicicleta, o preconceito mesmo.
Um cliente chega de carro, é bem recebido, o mesmo cliente chega em bicicleta é rechaçado. Isso é preconceito.
Outra: veículos automotores podem em massa ocupar todos o espaço de uma avenida a tal ponto de interromper o trânsito e ficarem ali parados. Por outro lado, se um par de centenas de bicicletas fizerem o mesmo, “congestionarem uma avenida” imediatamente a polícia irá intervir, pois esta não conhece um congestionamenteo de bicicletas apenas de veículos automotores.
As bicicletas estariam segundo as autoridades “atrapalhando o trânsito” e não “sendo o trânsito” como poderiam e deveriam ser. Nunca se ouve por mais que se concorde, que o excesso de carros é que atrapalha o trânsito. Em resumo, carros podem parar uma cidade, bicicletas e pedestres não. Nesse caso são interpretados como marginais.
Motoristas por sua vez não sentem-se motivados a largar o carro em casa, pois ser pedestre e dependente de ônibus nessa cidade não é de fato convidativo, sem falar na tal da violência.
Sinuca de bico? Nada, tudo tem solução, pois essa é a cidade que nós mesmos construimos e portanto cabe a nós mudarmos.
Quem é escravo de carro, pode ajudar a quem está a pé e de bicicleta. Pratique a melhor das propostas. Divida a rua com responsabilidade. Imagine que o ciclista e o pedestre poderia ser você, ou até mesmo um familiar seu. Dê condições a que mais pessoas deixem seus carros em casa e optem pelo transporte público ou a bicicleta.
Agora a boa notícia é que de fato inicia-se uma prática de integração entre modais de transporte. Por fim o Metrô de São Paulo reabre suas portas aos ciclistas no último vagão, depois das 20h30 em todos os dias úteis. E tem mais, aos sábados a partir das 14h e aos domingos durante todo o período de seu funcionamento, o Metrô admite bicicletas.O mesmo metrô estará junto com a Porto Seguro Seguros emprestando e alugando bicicletas em algumas das estações. Isso é muito bom mesmo e ajuda a quem quiser um bom fim de semana em São Paulo.
Sábado, domingo e feriados, os trens da CPTM também ampliaram seus horários de permitir bicicletas.
De resto faltam bicicletários e uma atitude de receber ciclistas como bons clientes.
Um dia antes de eu embarcar a Pequim, minha bicicleta foi recusada no restaurante Ravioli, nos jardins, quanta pobreza! Comi na padaria ao lado, que foi mais receptiva ao meu veículo.
Por fim, uma luz no fim do túnel para ofuscar atitudes como a do passagero que agrediu Fernanda Maciel na porta da USP.